segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Post do Minha Mãe que Disse

Gente, há pouco tempo escrevi sobre a questão da maternidade e o tempo no trabalho. E hoje me deparo com esse texto incrível, que vale a pena se debruçar e ler.



foto: Renata Amaral

Ahn, o texto foi tirado do blog: Minha Mãe que Disse, reunindo mais de 900 mães blogueiras.

E a autora do texto é Cláudia Rodrigues autora do Blog: Buena Leche


MATERNIDADE NA BERLINDA

Por: Cláudia Rodrigues

De uns tempos para cá o exercício da maternidade, que esteve submetido aos desmandos da competição feminista desde o pós-guerra, começou a ser questionado. Jovens ou maduras, mulheres de todas as classes econômicas começam a questionar o distanciamento dos filhos diante do aperto de horas que o mercado de trabalho exige. Preocupadas com detalhes que vão da opção pelo parto, passando pelo tempo ideal de amamentação à educação dos primeiros anos, os mais importantes para a formação de personalidade, caráter e hábitos de alimentação da criança, elas vêm provocando a ira das mulheres que defendem o status quo. Irritadas, as defensoras do sistema vigente, gritam que não são menos mães porque são mães à moda do mercado.

O primeiro questionamento é em relação ao parto, esse detalhe. A nova geração exige direito de parir com dignidade, delicadeza e paciência por parte da assistência e dá de ombros para as representantes da velha guarda com sua antiga cantilena de que tanto faz se o bebê nasce de cesariana ou de parto normal. Elas querem mais do que respeitar o tempo do bebê e seu direito de nascer e salvar-se vigorosamente na luta pela sobrevivência; se possível buscam parir em águas mornas, sentindo o prolongado prazer de um ritual que resgata com requintes de inteligência e sensibilidade, o velho ato de parir. Rejeitam intervenções pediátricas desnecessárias no recém-nascido, exigem braços livres de sondas para abraçarem seus bebês nos primeiros minutos de vida.

Não querem mais abrir mão de amamentar nem quando optam por adotar. Sim, mães adotivas modernas amamentam e andam brigando por uma licença- maternidade cada vez maior, a exemplo dos países desenvolvidos. Não acham normal, nem natural, nem bonito e sabem que não é útil o uso intenso de objetos adaptadores. Chupetas, mamadeiras e carrinhos começam a ser trocados por peito em livre demanda, comidas naturais e slings, aquelas sacolinhas de carregar bebês, que além de práticas e bonitas têm função e é de aproximar o corpo da mãe do corpo do filhote.



Elas não querem se distanciar dos seus bebês, entendem a maternidade como prazer, não como fardo. Elas não vêem o trabalho de cuidar dos filhos pequenos como algo menor, mas sob uma nova nomenclatura: maternagem.



Enganam-se as mulheres da velha guarda quando chamam essas pioneiras de burras que querem voltar ao passado perdendo a competitividade no mercado de trabalho ou quando fazem piadas sobre ser o parto natural um ato pré-histórico. Essa nova geração estuda profundamente seu momento histórico dentro da sociedade e mais do que isso, pratica uma maternidade menos vaidosa, menos egoísta, menos egotista, mais voltada para o desenvolvimento dos bebês e de seus próprios corpos, seus hormônios, a fase da vida em que estão – ou em que se meteram por desejo de fecundação. Elas vêem com olhos bem abertos e mente oxigenada que a terceirização da maternidade em tempo integral desde tenra idade tem causado problemas já apontados pela neurociência. Elas não têm medo de saber mais, estudar mais, entender melhor de que tecidos são feitos os links entre corpo e psiqué. Preferem investir num novo modus operandi, recusando-se a repetir os velhos padrões de comportamento que se acirraram nos últimos 60 anos. A mídia e a média das mulheres continua apontando a culpa como regente-mor da mãe que acompanha o desenvolvimento do bebê e da criança pequena. É um discurso tolo, mofado. A culpa só aparece na ausência de responsabilidade e nessas mulheres que recebem a maternidade literalmente no peito, a responsabilidade dita as regras de um amor suado, de uma relação com bebês deleitada em quantidade e qualidade, com história, sob as bases de um convívio que sabe dizer sim e não, corpo a corpo, sem subornos afetivos via objetos e guloseimas.


É um amor libertador, marcado pelas necessidades de autonomia e independência da criança, que um dia cresce e sob bases sólidas vai embora, feliz e sem culpa, deixando para trás uma relação repleta de vitalidade, sem traços neuróticos do que deixou de ser vivido, sem bateção de porta na cara, sem insultos, sem cobranças de ambas as partes. Não há nada mais normopata e desconstrutivo na relação das mães com filhos do que grudar nos jovens para obter o que já passou, o que não foi vivido. Nada mais cruel do que chorar a distância do filho adulto, feliz em sua vida de adulto.

Cada fase da maternidade pode ser transitada sem ansiedade, com a intensidade natural e gradual de separação e isso nem de longe quer dizer parar de trabalhar, elas sabem disso e buscam novas formas de comportamento profissional, adaptando a vida à maternidade e não a maternidade à vida de um adulto sem filhos. Finalmente, não há nada mais prazeroso na plenitude da maternidade do que sentir a sobra de energia da separação quando ela se faz, naturalmente, necessária, pronta, com pernas fortes, cabeças feitas para ambos os lados. Os filhos definitivamente não precisam de tantos estímulos, nem tantas providências e coisas; desde pequenos até adultos necessitam mais do que tudo respeito à fase em que vivem. E as mulheres, por sua vez, podem se libertar do papel cultural da maternidade, do filho-troféu que as remete a esse lugar de sentimentos persecutórios de menos mãe, afinal a ordem dos dias atuais não é ser mãe em tempo integral, mas mãe em tempo visceral.


.:.
Claudia Rodrigues, jornalista e terapeuta reichiana, humanista convicta em eterna construção. Abomina palmadas, insultos e agressões às crianças e aos adolescentes. Acredita, recomenda e pratica a educação com sensibilidade e inteligência, da fecundação à maioridade. Autora do recomendaíssimo blog Buena Leche.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cia. das Mães - Descontos e Roupas

Gente,




E quem resiste a uma boa promoção, ainda mais pra esses pequerruchos, que são nossos filhotes, afilhados, sobrinhos, amiguinhos???

Então, a Cia. das Mães está com uma Mega Promoção e que vale super a pena.

Além disso é um site que tem: blog, bazar, um coletivo de mães empreendedoras – que é um dos meus grandes objetivos. Um dia eu chego lá!!

Curtiu?

O que está em super promoção é a Chico Babies.
 
Presente de Natal pra Tchurma garantido.
 

Primeiro Lugar

Dei uma busca com a palavra Pra Molecada no Google, e me surpreendi com o blog em primeiro lugar.

Delícia!!

Agradeço a todos que me lêem...

É um grande estímulo!!

Inté

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Espetáculo Circense - SESC

Gente, pra quem quer levar os filhotes num Espetáculo Circense.

Segue aqui a dica: http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=205860

Vai ser lá no SESC Pinheiros!

Bora??

Tempo, tempo, tempo...

Escrevo depois de chegar em casa, brincar com a minha filha, preparar a janta, dar comida e dizer a ela que hoje não dá tempo de brincar, de contar história. Isso hoje. Porque eu precisava tentar deixar a cozinha em ordem, depois de um final de semana cheio de passeios e histórias.




Navegando pela internet, nos mais variados temas que me interessam me deparo com estes links da Revista Crescer, sobre a questão da maternidade e do trabalho.



Trabalhar ou ficar com os filhos?



O mais bacana é poder pensar que de fato há a opção, isto é, que caso eu tenha filhos, eu possa optar em não trabalhar (não é uma realidade muito presente em quase nenhum lugar no mundo, caso você seja das mães que não tem parceiros para arcar com a casa). E que a opção real entre: vou trabalhar integral e meu ou minha companheira é que vão tocar; ou vou ficar com os filhos e o companheiro ou companheira que vão cuidar da questão financeira; ou então, a que tanto tento me enquadrar e cada dia vejo mais distante: uma flexibilidade entre empregador e empregado para que seja possível cuidar dos dois.



Eu acho que posso me usar como exemplo: trabalho, sou super atenta, mas não sou workaholic, não fico horas a mais, na verdade acho isso bem danoso à saúde de qualquer trabalhador. Revela um desvio tanto do empregador quanto do empregado, porque está havendo um exagero (ou no trabalho ou na falta de, e assim se prolongam as suas horas no local de trabalho, ou chamado escritório).



No entanto me vejo perfeitamente trabalhando com um horário mais flexível ou até mesmo reduzido, tipo, 6 horas por dia, sem comprometer em nada a qualidade do trabalho.



Atuo na área cultural há quase 10 anos, então muitas vezes tenho algumas viagens programadas por conta do trabalho. Da última vez fiquei 10 dias fora, no Norte do país, trabalhando. Falando, no máximo, 1 vez por dia (quando possível) em casa, com meu marido e filha. E produzi pra caraca!! Mas voltei, cheia de saudades, queria aproveitar mais a minha filhotinha e meu companheiro. Mas trabalho num esquema de banco de horas, então eu devo horas (apesar da viagem), então não posso.



Dia desses, Tarsila ficou com catapora. É uma doença infantil, em geral não compromete muito, mas se não for bem cuidada, pode trazer seqüelas como pneumonia e uma inflamação cerebral. Que mãe que vai trabalhar tranquilamente desse jeito? Então são horas disperdiçadas, tentando focar no trabalho, com o pensamento em casa. E, não seria mais humano e ter uma flexibilização do horário (de acordo com as leis - sempre as leis), de que em ocasiões como esta, o seu trabalho permitindo, você pode realizá-lo de casa, ou então autorizando os pais a ficar em casa para poder cuidar bem dos filhos?



O curioso é que ser mãe me deixou mais focada, mais ágil, mais atenta, e mais rápida. Mais organizada, e com um planejamento melhor. O que muitas vezes me atrapalha são as 9 horas (porque são 8 horas trabalhadas mais uma hora de almoço), que precisam ser preenchidas com o trabalho.



Voltando à questão inicial do post, sobre trabalhar e cuidar dos filhos. Todas as crianças que vejo, filhos de amigas, minha filha e eu mesma, como filha. Acredito que o maior peso seja a mulher não se culpar tanto e curtir os momentos: quando está em casa, curtir a casa, os filhos, o companheiro. Quando está no trabalho, focar no trabalho. Sim, os assuntos se mesclam, no trabalho comentamos de como estão as coisas em casa e em casa muitas vezes comentamos de como estão as coisas no trabalho. Mas comentar, como algo do dia, um acontecimento. E não se ocupar do assunto quando não é o momento.



Uma amiga diz, várias vezes, que me vê como uma mãe bem resolvida. Eu me vejo assim, querendo, na verdade, 2 horas do dia que dedico ao trabalho, que eu pudesse dedicar à minha casa, tendo assim um equilíbrio entre as duas vidas, a vida do trabalho e a vida em casa.



A Tarsila tem orgulho, poucas vezes pergunta porquê eu estou fora ou não estou com ela, o mais engraçado é que ela quer estar comigo. Como trabalho na área cultural, uma parte do meu trabalho pra ela, é cheia de graça. Chego em casa, pergunto como foi seu dia, o que fez de mais divertido. Não me ausento nos momentos em que estamos juntas. E acho que é essa a qualidade que faz a situação ficar bem resolvida. E é essa a fórmula que funciona para mim neste momento. Pode ser que tudo mude. E é preciso estar aberta para isso também. E a família inteira estar nessa, juntos.



O que saiu publicado na Revista Crescer, é uma discussão enorme, o que foi levantado é apenas o primeiro degrau de uma escada gigantesca que precisamos trilhar.



Muitas empresas, principalmente essas mais tradicionais e burocráticas, tendem a acreditar que a mulher, após o nascimento do filho, perde o foco, perde a capacidade de trabalho, porque às vezes precisa se ausentar por conta da família em formação. Portanto, acreditam que a maternidade causa uma incapacidade na mulher.



E o que se pode observar é bem o contrário. Uma administração maior do tempo, um bem escasso na sociedade atual, conseguindo inclusive administrar melhor o que é prioritário daquilo que não é, promovendo uma mudança intensa, inclusive em seu modo de organização - interno e externo – mais uma vez consigo me ver no exemplo, já que sempre fui desordenada, e que hoje consigo fazer o que descrevi em cima e ainda parar, depois de ter posto a filhota pra dormir com uma breve história, em duas horas e meia após ter chegado em minha.



A abordagem inclui a questão de não ser só da mãe essa flexibilidade, mas de ser negociada entre o casal, dependendo do trabalho, a mulher não tem a flexibilidade, mas o homem tem.



Ahn, mas aí... já são outros 500...



E você, o que acha??